A maior parte dos integrantes veio de Santa Catarina, seguida do Rio de Janeiro. Não é muita surpresa, já que representam os centros (e pesquisadores) que começaram com o PELD.
O estado de origem dos partipantes varia entre as ilhas, observa-se uma dominência dos estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro.
Cada ilha possui um perfil de visitantes com formação diferente quando analisadas seperadamente. Analisando-se todas as ilhas agrupadas, percebe-se uma maioria de estudantes de mestrado e doutorado. De 2017 a 2020 identifica-se um aumento na proporção de participantes classificados como profissionais, estes são compostos por pós-docs e visitantes.
No geral, observa-se uma tendência de uma maioria de participantes masculinos nas primeiras expedições. Esta razão sexual apresenta um tendência de inversão com o passar dos anos.
Razão sexual está relativamente equilibrada em todas as ilhas, menos em Fernando de Noronha. Lá os enviados são predominantemente homens e essa diferença é significativa.
Olhando para a probabilidade de mulheres (0) ou homens (1) serem enviados para as expedições, as expedições atingiram um certo equilíbrio recentemente.
Por fim, pra discutir representatividade étnica foi utilizada a escala de FitzPatrick para classificar as pessoas em 6 tons de pele, refletindo a probabilidade de adquirir queimaduras ou se bronzear quando exposto ao Sol. Essa classificação não inclui a autoidentificação das pessoas e ignora o histórico social, mas é fácil de entender e aplicar.
O tom de pele das pessoas nas expedições está estável e parece ser fortemente enviesado para o lado mais claro do espectro. Apenas duas pessoas possuem tons de pele mais escuros, mas ninguém perto do extremo de melanina.
Conclusões
As pessoas que participam do Peld são majoritariamente alunos de pós-graduação dos laboratórios onde o programa começou. Esse viés é refletido nos objetos de estudo, que em sua maioria (~80%) abordam peixes recifais. O programa está próximo de atingir a igualdade de gênero nas expedições, mas atende principalmente pessoas de tons de pele mais claros. Acredito que aqui temos um viés geográfico (população negra em Santa Catarina é muito pequena) e social (desigualdade social do Rio dificulta que negros entrem no ensino superior), mas que podem ser trabalhados. Do ponto de vista social, o PELD ILOC está bom, mas pode ficar ainda melhor.
Metodologia
Informações retiradas dos dados disponíveis na plataforma Lattes de cada participante.
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